Segurança e controle fazem uso do dinheiro ainda superar a preferência de brasileiros em relação a moedas virtuais
31,3% dos participantes optam pelo dinheiro por conta do que chamam de controle.
Nem Pix e nem cartão de crédito. A maioria dos brasileiros ainda prefere utilizar o dinheiro em forma de papel. Ao menos é o que indica uma pesquisa inédita realizada pela Fundação Dom Cabral (FDC), em parceria com a empresa de transporte de valores Brink’s. De acordo com o estudo, 53,4% dos brasileiros ainda preferem utilizar o papel e a moeda para efetuar e pagar compras. Segundo o responsável pelo estudo, o professor titular e pesquisador líder de estratégias competitivas com ênfase em Modelos de Negócios e Gestão da Inovação na FDC, Fabian Salum, foram analisadas 2 mil opiniões, em entrevistas feitas pelo telefone para chegar ao panorama correto, de usuários assíduos de serviços por internet.
“Evitamos o viés de respondentes de capitais e de internautas, e isso mostrou que o dinheiro ainda está longe do fim. As pessoas têm receio de que o meio de pagamento não funcione por falhas na conexão ou do celular, por exemplo”, afirma o professor, em opinião reforçada pela pesquisa: 31,3% dos participantes optam pelo dinheiro por conta do que chamam de controle. Deste número, 26% consideram que controlam o que gastam, enquanto 5,3% afirmam que assim não correm o risco de gastar o que não têm.
Ainda de acordo com os motivos pelos quais o dinheiro é o preferido dos entrevistados, 22,4% dizem que pagar com dinheiro é “mais fácil”, enquanto 11% afirmam que a segurança é o principal fator. No entanto, de acordo com Salum, o Pix e outros meios de pagamentos virtuais tendem a superar a preferência pelo uso do dinheiro em papel moeda, com o tempo. Segundo o professor, “os meios de pagamento digitais tendem a superar o dinheiro físico, pois é um movimento natural, mas a população mais velha e mais pobre ainda vai levar um tempo para confiar plenamente neles”.