Recuperação no setor logístico: demanda por carga registra menor queda desde o início da quarentena
*Pesquisa da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística aponta retomada na primeira quinzena de junho
A pandemia da Covid-19 transformou o mundo. Impactos sociais e econômicos ainda serão sentidos por muito tempo, mas em um período de tantas incertezas, toda pequena recuperação deve ser considerada e comemorada. É o caso da pequena melhora apresentada na demanda de cargas em todo o Brasil na primeira quinzena de junho, em comparação ao início da pandemia do novo coronavírus no país. De acordo com um relatório da Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), houve melhora de 4,63% após seguidas quedas nas quinzenas anteriores.
Segundo a análise do Departamento de Custos Operacionais (Decope), órgão responsável pela medição, a segunda quinzena de maio registrou recuo de 39,7%, contra 35,07% nos primeiros catorze dias de junho. A tendência de melhora desde o fim do último mês é um respiro para o setor, que também registra leve melhora em relação ao percentual de empresas que informaram queda no faturamento desde o início do isolamento social: comparando a última semana de maio e a terceira semana de junho, o número pulou de 93% para 89% quanto os relatos de perdas nos ganhos.
Ainda de acordo com a pesquisa da NTC&Logística, o recuo atual para a demanda de carga lotação – quando as empresas utilizam a capacidade máxima dos veículos para escoamento do que é produzido – é de 37% em relação ao período anterior à pandemia. O setor automobilístico registra a maior queda, com 56,8%, seguido por setores locais (54,2%), setores industriais (37,2%), agronegócio (34,1%), embalagens (33,3%), industrial alimentício refrigerado (32,1%), combustíveis (32%), alimentício não refrigerado (30,1%) e comércio de lojas (28,8%).
Já em relação a cargas fracionadas, quando a entrega é feita em menor quantidade, a queda registrada é de 31,2% em relação ao início de março. No segmento, os shoppings centers foram os mais afetados (66,3%), seguidos por pessoas físicas (37,2%), lojas de rua (35,5%), outros estabelecimentos (33,6%), distribuidores (30,3%), outros setores locais (26,8%) e supermercados (19,6%).