Alta no frete não compensa gastos dos caminhoneiros
Segundo FreteBras, aumento de 2% foi, por exemplo, inferior à alta do diesel comum (6,4%).
Existe a metáfora do cobertor curto: quando você cobre a cabeça, o pé fica descoberto e o mesmo acontece quando você cobre o pé, deixando a cabeça de fora do cobertor. Assim é a eterna tentativa de equilibrar o valor pago por lojistas e pelo consumidor no frete de seus produtos com os gastos realizados pelas empresas de transporte para a entrega, que incluem pedágios, combustível, depreciação e manutenção do veículo e encargos sociais, por exemplo. E a conta não fecha, segundo a FreteBras.
De acordo com a empresa, dona da maior plataforma online de transporte de cargas da América do Sul, o último Índice FreteBras do Preço de Frete (IFPF) – que considerou o período de fevereiro 2020 e fevereiro de 2021 – a alta no preço pago pelo frete foi de apenas 2%, enquanto somente o valor do aumento do diesel comum (S500) foi de 6,4% no mesmo período, o que representa apenas um dos problemas enfrentados por caminhoneiros, como explica o diretor de operações da FreteBras, Bruno Hacad.
“Apesar dos esforços do governo em reduzir os custos para os caminhoneiros, com a eliminação das taxas de importação dos pneus e a redução de impostos federais sobre o diesel, a alta ainda é expressiva para os motoristas. O combustível representa, atualmente, de 40% a 50% dos gastos do caminhoneiro para a realização de um frete, mas as despesas ainda incluem o desgaste de pneus, óleo lubrificante, estadia e alimentação”, explicou.
Informações do IFPF apontam que o preço médio do frete, calculado por quilômetro e eixo no Brasil, é de R$ 0,99. Ainda de acordo com o estudo da Fretebras, os segmentos que mais se destacam em volume de fretes transportados são os setores de: agronegócio, construção e os produtos industrializados. As informações foram obtidas após a análise de mais de 600 mil cargas publicadas por mês na plataforma, considerando os meses de fevereiro de 2020-2021.
