Entrada do PIX e do 5G no Brasil exigem mais cuidados com a segurança em compras online
Apura Cybersecurity Intelligence alerta: foram 394% mais ameaças eletrônicas em 2020, na comparação com 2019.
Quando o assunto é tecnologia, toda inovação é muito bem vinda e conquista de cara muitos consumidores. No entanto, as novas ideias também viram, rapidamente, alvo de golpistas que se aproveitam do período de implantação para tentativas de fraudes e golpes virtuais. E é isso o que está acontecendo com duas novidades: a entrada do 5G e do PIX, sistema de pagamento instantâneo, de acordo com informações da Apura Cybersecurity Intelligence. De acordo com os dados divulgados pela empresa especializada em segurança digital, 2020 apresentou crescimento de 394% nas ameaças eletrônicas em comparação com o ano anterior, e a chegada do PIX e do 5G vai demandar atenção em 2021.
As informações do relatório são alarmantes: ao todo, a internet brasileira registrou 272 milhões de ameaças, somente em 2020. No período, foram registrados 958 mil vazamentos de CPFs, um dos maiores riscos em relação ao PIX. Além disso, foram roubados nada menos do que 220 milhões de credenciais de acesso, como logins e senhas, bem como 592 mil cartões internacionais e 262 mil cartões nacionais. Os números consideram os índicios de crimes detectados em toda a internet, que vão desde perigos registrados em redes sociais até na chamada “deep web”, o que preocupa com a chegada do 5G, de acordo com o Diretor de Operações da Apura, Maurício Paranhos.
“É a mesma questão da pandemia, com mais gente e mais dispositivos conectados, mais gente suscetível e vulnerável. Com relação ao Pix, o raciocínio é o mesmo. Começou forte no Brasil. Estamos de olho em grupos de fraudadores. Quanto mais gente utiliza, maior o interesse deles”, afirmou o diretor, alertando que equipamentos não protegidos podem ser utilizados por hackers para a formação de botnets direcionados ao cibercrime, como ocorreu em novembro do ano passado, quando dispositivos no Brasil, Estados Unidos e Nova Zelândia foram utilizados para gerar instabilidade em serviços do Tribunal Superior Eleitoral brasileiro.
De acordo com o estudo da Apura Cybersecurity Intelligence, entre os cibercrimes com mais registros estão a criação de perfis falsos (28,9%), manipulação de dados bancários (19,8%) e vazamento de dados de cartões de créditos (15,1%), enquanto o phishing, crime que consiste em induzir pessoas a compartilharem dados confidenciais como logins, senhas e números de cartões de crédito, registrou (14%). O modo de operação dos criminosos consiste, além do uso indevido de CPFs e cartões de crédito, em pedidos de resgate, quando sequestram dados extremamente sigilosos. Estima-se que, no mundo, há, pelo menos, 15 grupos especializados em ataques deste tipo.