O mundo pós-pandemia é próspero, mas vai exigir reformas na logística brasileira
Na Era da conveniência, armazenamento, análise de dados e rapidez na entrega são fundamentais para atender novos hábitos de consumo
Como seremos após a pandemia do novo coronavírus? Essa é uma das perguntas que norteiam a vida da maioria das pessoas em todo o mundo. O mesmo questionamento é feito pelas empresas que precisarão se adaptar ao tão falado “novo normal”. Em relação ao setor logístico, o distanciamento, palavra outrora atribuída entre um ponto que separa o outro na gestão da cadeia de suprimentos, se tornou distância social, enquanto encurtou a relação do consumo, cada vez mais impulsionado pela internet. De acordo com um estudo da Sociedade Brasileira de Varejo e Consumo (SBVC), as compras online cresceram 61% por conta do isolamento social.
Entre esse percentual, 46% dos entrevistados informaram ter comprado 50% a mais do que habitualmente compram. Mas outro dado chamou mais a atenção: 70% do público relatou a observação de prazos maiores para a entrega dos itens, embora 57% informou considerar o prazo aceitável. No entanto, vale ressaltar que o apontamento dos consumidores leva à conclusão de que há um longo caminho a se trilhar na estrada do setor logístico.
Se a tecnologia foi responsável por otimizar o chamado fluxo lógico – correspondente às informações e gestão de dados para escolha de itens e pagamento online – a pandemia demonstrou que o fluxo físico – que abrange desde a produção, passando pelo estoque, separação, transporte e entrega dos itens – foram postos à prova. E essa receita do sucesso de um é a resposta para a evolução do outro. Isto porque para otimizar o fluxo físico, se faz necessário não medir esforços para incorporar os melhores recursos tecnológicos a esse modelo de negócio.
Isso leva ao segundo desafio: o máximo de informação na jornada de compra, performance que começa no armazenamento e escoamento dos produtos. Ou seja, ser assertivo na resposta ao consumidor: desde a informação do prazo até o cumprimento dele. Isso inclui dar a opção de janelas de horário para o recebimento de forma mais conveniente ao comprador, bem como fornecer o rastreamento da mercadoria, em tempo real, reduzindo a ansiedade e sendo realista quanto às expectativas do consumidor.
A solução aos operadores logísticos está na utilização de ferramentas como inteligência artificial, big data e machine learning, capazes de atender às demandas mais exigentes dos clientes. Se o desejo de quem espera por uma mercadoria não vai retroceder, a elevação do padrão de qualidade dos que atuam no setor logístico deverá ser contínua. A maior dica possível é: ouça o seu consumidor – analisando o seu comportamento de consumo – e, ao considerar os seus anseios, organize e gerencie os dados gerados para, por último, estudar e levar soluções para melhor atendê-lo.